quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O meu Ano Novo se chama Antonio

Esperar um filho está sendo, para mim, como aquela temporada às vésperas da prova final. Aquele tempo com prazo para terminar, em que a gente precisa correr para aprender um monte de coisa e tirar todas dúvidas antes do grande dia: o dia em que serei mãe!

A chegada de um filho mexe em todas aquelas coisas que a gente, por acomodação ou mesmo medo, vai deixando para debaixo do tapete, para então um dia, quem sabe, resolver. Desde quando ainda mora na barriga da gente, mesmo sem saber falar, o filho já expressa para nós todos os nossos limites que precisam ter transpostos. 

Um exemplo: para nos prepararmos "para o parto", Rafa e eu decidimos fazer terapia reichiana juntos e aprender uma forma de ter um parto natural conduzido por nós dois (claro, com toda equipe médica ao lado). Mas, qual não foi a nossa surpresa descobrir que as sessões preparatórias acabariam sendo 80% ocupadas na tentativa de encarar de perto medos e desafios (desde a nossa infância) que interferem neste processo.


Desde padrões internos, como a minha imensa dificuldade em dizer "não" e impor limites àquilo ou à quem esteja me atropelando, até os espelhos dos interruptores do canto da sala, que desde que mudei ainda não parei para consertar, tudo está tendo de ser passado a limpo. As cortinas, lavadas. O sofá da sala, que era super desconfortável e a gente "um dia ia ver isso", trocado por um que possa acomodar melhor uma mãe lactante e seu pequeno filhote. Tralhas e mais tralhas acumuladas na mente, e em vários cômodos da casa, passadas adiante. Cadernos velhos da época da faculdade, rasgados. Estantes, remanejadas.

E, especialmente, a relação entre nós dois, com nossas mães, sogras, avós, irmãos, amigos... todas elas precisam ser ainda mais observadas e cuidadas: de que forma ocuparemos este novo papel? De que forma queremos nos relacionar com o nosso filho? O que precisamos fazer ou mudar para que as coisas aconteçam mais ou menos dentro do que acreditamos ser o melhor para nós?

Mais um exemplo: tenho carteira de motorista desde 2003. E cadê ela? Está super vencida. Por que? "Porque nunca tive um carro só meu" ou "porque desde que casei o meu marido sempre dirige". Que papelão! E agora? Agora sou uma mãe com a carteira de motorista vencida que precisa urgentemente resolver isso para poder dar um suporte melhor ao meu filhote.

É, eu não fazia ideia do quanto aquele teste de gravidez positivo seria definitivamente transformador para mim. De quanto a vida aqui dentro cresceria ao longo dos meses de espera. Dizem que gravidez é um grande exercício de paciência, um período muito longo para aguardar a chegada do bebê. Eu acho que a natureza é muito sábia. Estes nove meses são o tempo que precisamos para nascermos mães!

8 comentários:

  1. Que lindo Manu!!!!!!!!!!!!

    Nossa, que emoção, sumi e nem fiquei sabendo que tu tava grávida! Parabéns!! Tu tá linda! E vai ser uma ótima mãe, pq é caprichosa e uma pessoa amiga!!!

    Felicidades!!!
    Bjux!
    Bjux especial pro nenê!!!

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  2. Acabei de me tornar mãe (quase 5 meses) e me vi no seu relato. Até a carteira de motorista também estava vencida, mas já resolvi esse problema rsrsrsrs.

    Ser mãe é maravilhoso e esse período de 9 meses é mais uma chance pra gente se descobrir antes que tudo mude de vez, e pra melhor.

    Desejo que o Antônio venha com muita saúde e complete a alegria da sua família.

    Bjos

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  3. Que lindo seu texto, Manu!
    Que o bebê, vc e Rafael nasçam todos para uma vida ainda mais feliz.
    Bjs,
    Alessandra

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  4. Manu

    fiquei emocionada com seu post. E tendo passado muito recentemente por tudo isso, de fato ainda passo, posso afirmar que todo dia é novo, todo dia tem uma descoberta, um novo olhar, uma nova expressão, uma nova alegria. O segredo está em tentar enxergar o mundo através daqueles jovens olhinhos :) O mundo com certeza é um lugar lindo e mágico.

    O resto, vem naturalmente. No momento que aquela pessoinha olha pra vc (e olha mesmo, lá no fundo da sua alma!), que se aloja no seu colo e que se alimenta em, e de, você, seu mundo passa a começar e se encerrar naquela coisinha minúscula. Não tem mistério... é como uma onda que te arrebata, quando vc vê, já foi levada. E assim vc vira mãe :) e é bom demaaaais!!! Vale a dor, as noites sem dormir, o corpo maltratado, tudo, quando aquele rostinho dá o seu primeiro sorriso de verdade, de alegria, do desabrochar da sua personalidade.

    Nos nove meses que antecedem esta aventura, vc se descobre, se organiza, se estressa, acha que não vai dar conta, que não está pronta, é verdade isso. Mas aí muda TUDO, e quer saber? Você não se importa nem um pouquinho :)

    beijo linda, tudo de bom, BOA HORA e conte comigo no que precisar!

    Thaty

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  5. Amei, Manu! Antonio é um menino de sorte em nascer com uma mãe tão empenhada em se desenvolver para recebê-lo melhor. Me vi em tudo que escreveu e lembrei de cada chute que a Laurinha dava na minha barriga e olhei pra ela sem acreditar que pude fazer uma pessoa tão especial e cheia de personalidade. Espero que ela e Antonio sejam amigos! Beijos na barriga.

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  6. Manu,
    Amei o seu post. O Antonio é um menino de sorte por ter uma mãe e um pai tão empenhados em aprender e se desenvolver para recebê-lo da melhor forma possível. Me vi muito em seu texto e lembrei de cada chute da Laurinha. Quando a olho não consigo acreditar que fiz uma pessoinha tão especial e importante e já cheia de personalidade. É um amor que aumenta a cada dia desde quando as duas marquinhas do teste de gravidez aparece. Boa hora, que você tenha o parto que imagina e que ele venha com muita saúde, que é o que mais importa. Beijos na barriga.

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  7. Que lindo, Manu! Que venha o abençoado Antônio. beijo

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  8. Queridas amigas,
    Obrigada pelas lindas mensagens!
    Um beijo em cada uma,
    Manu+Antonio

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