segunda-feira, 26 de julho de 2010

Kalu, meu amor de cachorro



Ontem foi um dia triste, muito triste. Meu grande amigo e companheiro Kalu, o yorkshire que me acompanha há 13 anos, foi embora. Partiu, de forma repentina e sem nos dar chance de nos acostumarmos com sua ausência. Simplesmente estava lindo, no sol, correndo na grama. Dez minutos depois, desceu para a rua sem que percebessemos, encontrou o portão do vizinho aberto, dois cachorros com o triplo do tamanho dele e achou que poderia vencer. Como sempre fez. Um velhinho, sem dente, achava que ainda podia vencer qualquer batalha. E morreu acreditando.

Desde ontem, quando o vi pela ultima vez, pensei em escrever, deixar registrada uma homenagem a este cachorrinho que tanto nos amou. Mas pensei se deveria ou não escrever sobre ele aqui no Colher de Chá, já que é um blog que celebra as alegrias, as celebrações, o amor em família, e não os momentos tristes. 

Mas por isso mesmo decidi escrever sobre o Kalu aqui. Porque embora o Kalu tenha ido de forma tão triste, ele me ajudou muito ao longo da vida a ser uma pessoa feliz. Nos ultimos dois anos, Kalu veio morar comigo e com Rafa e teve uma missão muito bonita entre nós. Ele não só aceitou a nossa companhia, a nova casa, como demonstrou nunca ter sido tão feliz. E nós também. 
Com ele, deixamos de ser apenas um casal, para aprender a cuidar juntos de uma terceira pessoinha, que dependia de nós. Viramos uma família. Éramos um trio unido. Kalu descaradamente me trocou pelo Rafa. Lambia suas mãos incansavelmente e quando eu me aproximava, rosnava, como quem dizia: "ei, sai para lá, estou no meu momentinho com meu dono querido". E eu amava saber que os meus dois amores criaram um vínculo entre eles que não dependia de mim. A amizade entre eles era deles. Tinha que ser assim, foi um encontro de vidas, eu acredito. E o mais incrível é que ele "soube" há exato um mês que estou grávida. Conversei com ele que vem um neném por aí. Parece que ele entendeu que a missão dele estava cumprida. Mas não precisava ter sido assim.

Quando Rafa o trouxe, enroladinho num pano, já lavado, para que eu pudesse vê-lo e me despedir, agradeci. Agradeci, agradeci, agradeci o grande companheiro que tive. Agradeci o seu carinho, a sua proteção, a sua companhia que enchia a casa de vida. Pedi desculpas por não ter estado ao lado dele quando tudo aconteceu. Foi muito rápido. Aprendi uma lição. Cuidar é estar plenamente atenta, todos os segundos da vida. 

Dói muito não tê-lo mais aqui. Voltar da viagem com o carro sem ele. Acordar hoje sem ele subindo na cama.  Mas fica a lembrança boa de ter convivido com aquele que, sem dúvida, foi o cachorro mais bonito mais do mundo.

11 comentários:

  1. Ai Manu... qdo vi do que se tartava o psot, quase não li... Qdo mudei pra POA não pude trazer o meu caõzinho, e só quem tem sabe o qto essas criaturinhas nos fazem feliz! Sempre dispostas, nos tratando como se fóssemos a pessoa masi importante do mundo... Qdo penso que um dia o meu tb vai partir, até choro! Mas é o ciclo da vida... E agora vem uma outra criaturinha que depende de seu amor e cuidado, todas fazendo parte e contribuindo um pouquinho pra essa jornada repleta de acontecimento diferentes e únicos que a gente chama de VIDA...

    Bjux!!!

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  2. Que triste, Manu. E que depoimento lindo, fiquei emocionada, quanta ternura...
    Mas agradeça mesmo, muitas vezes, por ter tido um bichinho q te fez tão feliz.
    Bjos

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  3. Obrigada pelas palavras, queridas amigas. O blog me trouxe e me traz o carinho de pessoas muito especiais!

    Um beijo enorme,
    Manu

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  4. Manoela, sei o quanto é triste perdermos nossos bichinhos. Sou apaixonado pelos meus e quando um parte, sei o quanto dói. Mas, não fique triste, ele te deu vários momentos felizes. Guarde apenas estes na lembrança e jogue fora o da partida.

    bjs,
    Humberto Neves

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  5. Obrigada Humberto!
    Sim, estou tentando editar a memória, salvar apenas as coisas boas, que não foram poucas =)

    Um beijo grande,
    Manu

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  6. Manu, muito bonita a sua forma de falar, de lembrar e de se despedir dele. Apesar de brigão ele era mesmo uma gracinha de cachorro, e meus sapatos vão guardar suas mordidinhas protetoras (afinal ele estava certo, eu era uma pessoa estranha na casa hehehehe).
    Beijos carinhosos e bons pensamentos para vocês dois, e para ele.

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  7. Manu, sinto muito pelo Kalu... Tadinho. Seu depoimento foi carinhoso demais e, é isso, ele te ensinou a ver como temos mesmo que ficar sempre atentos a quem depende de nós. Mas, acontece, não somos mágicas nem super heroínas. Fique bem! Beijos, Lu

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  8. Manu, estou com os olhos cheios d'água de ler o seu texto. Também levei o meu Tedy comigo quando casei e senti exatamente o mesmo que você. Durante a gravidez o Tedy teve dois problemas sérios que me deixaram aflita como nunca fiquei antes. Não posso dizer que sei o que está sentindo, mas imagino a sua dor. O que fica é o amor incondicional que esses bichinhos demonstram e que nos faz aprender tanto...
    Beijos, Renata Ramos

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  9. Oi Rê, que bom que vc sabe como é maravilhoso receber o amor de um bichinho tão carinhoso como são os cahorros. Imagino o quanto vc tb deve ter ficado aflita. Eu acho que de todas as perdas que tive, esta foi a mais doída. Perdi meus avós já bem velhinhos, era esperado, foi mais fácil. Perdi pessoas queridas que estavam doentes. Mas nunca tinha perdido alguém tão próximo que de uma hora para outra se foi.
    Muito carinho e saúde para o Tedy, tenho certeza que é um cãozinho especial =)

    Um beijo!
    Manu

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  10. Manoela,

    Tive ascesso ao seu blog através de um comentário seu no blog da Constance Zahn.
    Achei o nome do blog tão bonitinho... vim espiar. Qdo vi a foto do seu fofo Kalu meus olhos brilharam pq simplesmente AMO cães. Qdo li, me apertou o coração... não tenho idéia da dor q vc passou, mas imagino sim o tamanho da alegria que vc viveu pq eu ainda tenho meu pequeno poodle em minha companhia. Seu texto é lindo e espero que a dor da ausência tenha amenizado. Vc é especial pq teve o provilégio de conhecer e vivenciar o amor mais PURO do mundo. Parabéns pela gravidez e um forte abraço, Renata.

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  11. Oi Renata,
    Que bom que vc veio espiar! Volte sempre que quiser =)
    Obrigada pelas palavras doces! Estou melhor, pq sei que até os animais têm um destino a cumprir né? Com certeza, conhecer o amor mais puro do mundo valeu e sempre valerá a pena, como vc disse!
    Um beijo e volte sempre!
    Manu

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